Hoje tá tão calor, que eu tô ligando para a minha ex, só pra ser tratado com frieza.
Nesse calor, eu estou respirando por aparelhos: ventilador, ar condicionado, climatizador.
Quem nunca matou muriçoca com aquelas raquetes, não sabe o que é sentir prazer com o sofrimento alheio.
Antigamente os namoros se comemoravam a cada ano. Agora, cada mês que se passa junto, já é motivo pra festa.
Quando uma Testemunha de Jeová chega na porta do céu, Deus apaga as luzes e pede silêncio aos anjos, pra fingir que não tem ninguém em casa.
Xingar a mãe é fácil, quero ver aturar a minha.
Diz que vai comer fora, e compra um cachorro-quente na barriquinha perto de casa.
Aquela última olhada no Facebook antes de dormir, só pra ter certeza de que ninguém se lembrou de mim.
Por um mundo onde venha escrito “Use com moderação” nas embalagens de blushs.
Nunca diga que não tem nada para fazer perto da sua mãe.
Pediu pra eu ouvir uma música já leio a letra mil vezes tentando achar uma mensagem subliminar que indique que me ama, me deseja, quer casar.
Não sei se é calor, ou se eu já morri e tô queimando no inferno.
Tá tão quente, que o calango tá correndo de duas patas por medo de queimar a barriga no chão.
É preciso amar as pessoas como se não houvesse sensação térmica de 45 graus.
Vou mudar meu nome para Nemo, para ver se alguém me procura.